quinta-feira, 10 de setembro de 2015

O Imperio Romano

                              




                                       ROMA ANTIGA: O IMPÉRIO
                                                                             Império Romano: 27 a.C. - 476 d.C.




  Introdução


A história de Roma Antiga é fascinante em função da cultura desenvolvida e dos avanços conseguidos por esta civilização. De uma pequena cidade, tornou-se um dos maiores impérios da antiguidade. Dos romanos, herdamos uma série de características culturais. O direito romano, até os dias de hoje está presente na cultura ocidental, assim como o latim, que deu origem a língua portuguesa, francesa, italiana e espanhola.

Origem de Roma: explicação mitológica


Os romanos explicavam a origem de sua cidade através do mito de Rômulo e Remo. Segundo a mitologia romana, os gêmeos foram jogados no rio Tibre, na Itália. Resgatados por uma loba, que os amamentou, foram criados posteriormente por um casal de pastores. Adultos, retornam a cidade natal de Alba Longa e ganham terras para fundar uma nova cidade que seria Roma.

Origens de Roma : explicação histórica e Monarquia Romana (753 a.C a 509 a.C)

De acordo com os historiadores, a fundação de Roma resulta da mistura de três povos que foram habitar a região da Península Itálica: gregos, etruscos e italiotas. Desenvolveram na região uma economia baseada na agricultura e nas atividades pastoris. A sociedade, nesta época, era formada por patrícios ( nobres proprietários de terras ) e plebeus ( comerciantes, artesãos e pequenos proprietários ). O sistema político era a monarquia, já que a cidade era governada por um rei de origem patrícia.
A religião neste período era politeísta, adotando deuses semelhantes aos dos gregos, porém com nomes diferentes. Nas artes destacava-se a pintura de afrescos, murais decorativos e esculturas com influências gregas.

                                           República Romana (509 a.C. a 27 a.C)
Mito da fundação de Roma: loba amamentando Rômulo e Remo
Durante o período republicano, o senado Romano ganhou grande poder político. Os senadores, de origem patrícia, cuidavam das finanças públicas, da administração e da política externa. As atividades executivas eram exercidas pelos cônsules e pelos tribunos da plebe.
A criação dos tribunos da plebe está ligada às lutas dos plebeus por uma maior participação política e melhores condições de vida.
Em 367 a.C, foi aprovada a Lei Licínia, que garantia a participação dos plebeus no Consulado (dois cônsules eram eleitos: um patrício e um plebeu). Esta lei também acabou com a escravidão por dívidas (válida somente para cidadãos romanos).

Mito da fundação de Roma: loba amamentando Rômulo e Remo

Formação e Expansão do Império Romano

Após dominar toda a península itálica, os romanos partiram para as conquistas de outros territórios. Com um exército bem preparado e muitos recursos, venceram os cartagineses, liderados pelo general Anibal, nas Guerras Púnicas (século III a.C). Esta vitória foi muito importante, pois garantiu a supremacia romana no Mar Mediterrâneo. Os romanos passaram a chamar o Mediterrâneo de Mare Nostrum.
Após dominar Cartago, Roma ampliou suas conquistas, dominando a Grécia, o Egito, a Macedônia, a Gália, a Germânia, a Trácia, a Síria e a Palestina.

Com as conquistas, a vida e a estrutura de Roma passaram por significativas mudanças. O império romano passou a ser muito mais comercial do que agrário. Povos conquistados foram escravizados ou passaram a pagar impostos para o império. As províncias (regiões controladas por Roma) renderam grandes recursos para Roma. A capital do Império Romano enriqueceu e a vida dos romanos mudou.

                     


                                          Pão e Circo 

Com o crescimento urbano vieram também os problemas sociais para Roma. A escravidão gerou muito desemprego na zona rural, pois muitos camponeses perderam seus empregos. Esta massa de desempregados migrou para as cidades romanas em busca de empregos e melhores condições de vida. Receoso de que pudesse acontecer alguma revolta de desempregados, o imperador criou a política do Pão e Circo. Esta consistia em oferecer aos romanos alimentação e diversão. Quase todos os dias ocorriam lutas de gladiadores nos estádios ( o mais famoso foi o Coliseu de Roma ), onde eram distribuídos alimentos. Desta forma, a população carente acabava esquecendo os problemas da vida, diminuindo as chances de revolta.

Luta de gladiadores: 
pão e circo



Cultura Romana

A cultura romana foi muito influenciada pela cultura grega. Os romanos "copiaram" muitos aspectos da arte, pintura e arquitetura grega.
Os balneários romanos espalharam-se pelas grandes cidades. Eram locais onde os senadores e membros da aristocracia romana iam para discutirem política e ampliar seus relacionamentos pessoais.

A língua romana era o latim, que depois de um tempo espalhou-se pelos quatro cantos do império, dando origem na Idade Média, ao português, francês, italiano e espanhol.
A mitologia romana representava formas de explicação da realidade que os romanos não conseguiam explicar de forma científica. Trata também da origem de seu povo e da cidade que deu origem ao império. Entre os principais mitos romanos, podemos destacar: Rômulo e Remo e O rapto de Proserpina.

Religião Romana 

Os romanos eram politeístas, ou seja, acreditavam em vários deuses. A grande parte dos deuses romanos foram retirados do panteão grego, porém os nomes originais foram mudados. Muitos deuses de regiões conquistadas também foram incorporados aos cultos romanos. Os deuses eram antropomórficos, ou seja, possuíam características ( qualidades e defeitos ) de seres humanos, além de serem representados em forma humana. Além dos deuses principais, os romanos cultuavam também os deuses lares e penates. Estes deuses eram cultuados dentro das casas e protegiam a família.

Principais deuses romanos : Júpiter, Juno, Apolo, Marte, Diana, Vênus, Ceres e Baco.


Crise e decadência do Império Romano

Por volta do século III, o império romano passava por uma enorme crise econômica e política. A corrupção dentro do governo e os gastos com luxo retiraram recursos para o investimento no exército romano. Com o fim das conquistas territoriais, diminuiu o número de escravos, provocando uma queda na produção agrícola. Na mesma proporção, caia o pagamento de tributos originados das províncias.
Em crise e com o exército enfraquecido, as fronteiras ficavam a cada dia mais desprotegidas. Muitos soldados, sem receber salário, deixavam suas obrigações militares. 

Os povos germânicos, tratados como bárbaros pelos romanos, estavam forçando a penetração pelas fronteiras do norte do império. No ano de 395, o imperador Teodósio resolve dividir o império em: Império Romano do Ocidente, com capital em Roma e Império Romano do Oriente (Império Bizantino), com capital em Constantinopla.
Em 476, chega ao fim o Império Romano do Ocidente, após a invasão de diversos povos bárbaros, entre eles, visigodos, vândalos, burgúndios, suevos, saxões, ostrogodos, hunos etc. Era o fim da Antiguidade e início de uma nova época chamada de Idade Média.


Legado Romano

Muitos aspectos culturais, científicos, artísticos e linguísticos romanos chegaram até os dias de hoje, enriquecendo a cultura ocidental. Podemos destacar como exemplos deste legado: o Direito Romano, técnicas de arquitetura, línguas latinas originárias do Latim (Português, Francês, Espanhol e Italiano), técnicas de artes plásticas, filosofia e literatura.



A ORDEM ROMANA E A PAZ ARMADA

A paz romana, organizada por Augusto e mantida, durante dois séculos pelos seus sucessores, não foi uma paz calma, fraca ou destituída de energia. "Romana", foi-o na verdade: concebida por Roma à sua maneira, imposta e fiscalizada por Roma; esta, a fim de fazê-la reinar, não se esqueceu de conservar os meios que lhe permitissem recorrer à força, em caso de necessidade. 
Continuava a existir a possibilidade de revoltas internas. ( ... ) A solução consistindo em instalar, a título permanente, tropas de ocupação no coração das províncias quase nunca foi adoptada. ( ... ) (Os imperadores) contaram sobretudo com as tropas estacionadas nas fronteiras e aptas a voltarem-se, em caso de necessidade, contra o interior da região considerada ( ... ). 
Se a paz interna não foi absoluta, a paz externa ainda o foi menos  (... ). Com muita frequência realizavam-se guerras cujo objectivo era a conquista (...). Umas inspiraram-se num imperialismo caracterizado, desejoso de anexar novos territórios a explorar. (...) Outras guerras eram destinadas apenas a facilitar, contra um perigo reconhecido ou eventual, a organização local ou geral da defesa do Império. O seu objectivo era inflingir uma lição a vizinhos turbulentos ou, então, reforçar uma fronteira, por meio da criação duma zona protectora (...). 
Assim, imperfeita, ameaçada e resolvida de boa vontade (por ser "romana" e "augusta") a mostrar-se ameaçadora a fim de fazer-se respeitar, a paz só podia ser, nos seus melhores momentos, uma paz armada. 
A paz romana era, naturalmente, uma paz que protegia a civilização que Roma reivindicava, isto é, a seus olhos, uma civilização superior, e mesmo a civilização propriamente dita.


A Pax Romana

Foi nesse período que os romanos chegaram ao apogeu político e cultural. A Pax Romana foi o período em que as guerras de expansão tiveram fim. Com isso houve um grande investimento nas artes, literatura, na filosofia, na arquitetura e no Direito. As cidades foram construídas, as estradas, aquedutos e muitas outras. Mas, com a Pax Romana começaram a surgir alguns problemas, pois como não haviam mais guerras começou a faltar mão de obra escrava. Consequentemente a produção diminuiu, os preços foram aumentando e os governantes foram obrigados a aumentar os impostos.


                                                                                                          - Milton Barbosa

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